domingo, 5 de dezembro de 2010

Amor sem detalhe

Bons casos de amor começam com um começo. Mas o meu não teve começo, apenas fins. Desse jeito mesmo, no plural. Com algum esforço eu ainda me lembro do meio, mas do começo jamais!


Da primeira vez que ficamos era o meu fim de um outro relacionamento. Depois foram vários encontros em fins de festa. Volta e meia nos falamos no fim do dia. Quando ele consegue algo, sempre comemora comigo. Ele nunca representou começo de nada, mas eu cismava em terminar noites no colo dele!


E assim foram dois anos bem vividos, finalizando coisas, sem nunca ter colocado a pedra fundamental em lugar algum, mas tendo cercado nosso espaço para que ninguém chegasse perto. Tudo confortável, tranqüilo e pacato como um pequeno agricultor que cultiva seu sustento e se satisfaz com aquele pequeno terreno.


Mas aí ou vem uma peste e acaba com a sua plantação. Ou a tal evolução das coisas, que deixa as pessoas sem saber cuidar de pequenos cercadinhos, de detalhes, e ir colher e amar algo maior, em outro lugar. E então, ou você termina a vida com dinheiro no bolso ou só desabafa em textos e palavras sem muito sentido.