domingo, 28 de dezembro de 2008

Reflexões de fim

Mais um fim de ano. Mais uma época de reflexão. Creio que não há sujeito algum no mundo que não pare, ao menos por alguns instantes, em final de ano. Pra pensar, pra rir, pra chorar, pra planejar, pra sonhar.

Eu também parei. Alias, tô parada. Estou pensando, analisando o meu ano. E só tenho a agradecer.
Se eu pudesse definir este ano em apenas uma palavra, diria que ele foi engraçado.
Não apenas por ter sido recheado de boas risadas, mas porque foi um ano em que tudo aconteceu de maneira diferente ao que eu almejava. E foi tudo muito bom. Engraçado.

Arrumei um emprego novo. Arrumei amigos novos. Arrumei sonhos novos. Mas me mantive desarrumada.
Fiz questão de manter alguns pontos em desordem. Acho que a vida não tem sentido quando tudo está com sentido.
Continuei sentindo e, quando você sente verdadeiramente, o sentido não dura muito tempo.

Mas mesmo com alguma desordem, este ano também me esclareceu muitas coisas. Inclusive que rir é um antídoto para quase todos os males.
Tirei pesos que por muitos anos eu fiz questão de carregar. Pesos totalmente desnecessários.

Ah, como é bom caminhar leve, feliz...e sorrindo!!!
Só lamento ele não ter sorrido comigo. Ele não ter compreendido o meu riso...Que fique com a certeza de sua dúvidas.

Agora, para o próximo ano e para toda a vida, eu quero gente leve, de cara lavada e alma exposta. Cansei de esconderijos. Vamos mostrar ao mundo ao que viemos.

E se nada der certo?
Alguma coisa dá plenamente certo???

Sorria, você está sendo filmado...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Valer a Pena

TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA.
Fernando Pessoa

Este valer a pena é tão grande que assusta. Assusta pensar que TUDO vale a pena.
Ora, ora, não é assim que fui ensinada. Há várias regras e conceitos a serem cumpridos que precisam ser levados em contas, ainda que não valha tanto a pena.
Foi assim que eu pensei durante alguns anos. Foram pensamentos como este que me fizeram uma pessoa angustiada, pesada. Foi o meu tempo de perfeição. Quanta ironia!!!

Eu, por muito tempo, busquei a perfeição. Sim, ao total do contrário do que sou hoje. Talvez quem me conheça hoje ache esta afirmação uma piada. E, de fato, é mesmo. Querer a perfeição só pode ser uma piada. Uma piada passada de geração em geração.
Uma idealização elaborada por algum brincalhão muito esperto que jamais imaginou que a humanidade criaria tantos estudos e técnicas almejando a perfeição.

Já diria Voltaire:
Deus é um comediante a atuar para uma platéia assustada demais para rir.”

Hoje, livre da tortura de querer a perfeição, da insistência em caber em determinados moldes, sei que realmente tudo vale a pena. E eu poderia citar aqui inúmeras situações, pessoais ou mesmo ilusórias, mas o VALER A PENA, não preciso de complemento ou ilustrações.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Gente chata

Gente chata esse pessoal que é legal o tempo todo.
Contraditório? Talvez, mas apenas para quem se limita a uma visão superficial.

Quando me falam que alguém é “mó legal”, já não tenho a menor vontade em conhecer. Na verdade, porque já o conheço previamente. Esse alguém é gentil, cordial, ri e cumprimenta a todos na hora correta. Dá o tapinha nas costas no momento exato, convive harmoniosamente em grupos, seja este qual for. Adapta-se a estilos, pessoas e lugares. É sempre solicitado por amigos, colegas, familiares. Tem o dom de fazer todos “felizes”. Ou seja, é aquela pessoa que não te acrescenta nenhum desafio, é o amigo ideal para quem gosta de mesmice.

Agora, quando me falam mal de alguém, que foi chato, inconveniente, já me interesso na hora. Se a pessoa foi chata, sinal que ela descordou de você, logo, possui uma opinião, não diz amém a tudo que lhe é exposto. Isto pra ficar num exemplo simples e cotidiano, porque os chatos têm um montão de vantagens.

Eles nos fazem utilizar diversos sentidos para conhecê-los. Não nos oferecem conhecimento prévio, como os legais. Exigem coragem e disposição para conhecê-los por detrás da capa. São, na maioria das vezes, autênticos. Não se importam com a opinião alheia. Sabem que essa opinião de legais é muito generalista, abrangente e...rasa!!!
Porque eles sabem que curtir a vida, não é ir ou fazer o que todo mundo faz.

Alias, todo mundo é típico dos legais.
Todo mundo gosta dela.
Todo mundo vai.
Todo mundo ouve.
Todo mundo faz.
Todo mundo sabe.
Todo mundo é legal.

Todo mundo é muita gente e eu prefiro grupos menores, seletos. Todo mundo anda legal demais para o meu gosto!!!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sinfonia de fim de semana

Sono, ônibus, indecisão.
RISOS.
Definição, exposição, aquisição
RISOS.
Conhecimento, perdição, alimentação.
RISOS.
Compras, cultura, liberdade.
RISOS.
Parque, luzes, andanças.
RISOS.
Enjoou, dor de cabeça, sono

Expectativa, saída, encontro.
RISOS.
Espera, percurso, adrenalina.
RISOS.
Recepção, onomatopéias, inquietações.
RISOS.
Jogo, surpresa, admiração.
RISOS.
Refeição, desembaraço, flash.
RISOS.
Sorteio, suspense, decepção.
RISOS.
Volta, adrenalina, lorotas.
RISOS.
Sorvete, impressões, afinidades.
RISOS
Partida, desejo, amigos.

Se não for divertido, não faça!!!

domingo, 14 de dezembro de 2008

O casal do trem

Ah, o amor...Cada vez mais raro de ver. Este parece ser um privilégio de poucas relações, enquanto deveria ser ELE a base para qualquer boa relação. Mas os alicerces têm sido criados de forma tão diferente, outras facetas o substituíram.

Mas nesse momento quero falar sim do amor de casal, aquele talvez mais distante do mundo, do meu mundo.

Olho casais a minha volta e me entristece. A forma como se comunicam, e neste caso não falo apenas de palavras, é tão mecânica, como se de repente, nós humanos, tivéssemos nos tornados robóticos, industrializado. Os carinhos, os apelidos, os olhares, o abraço, o chamego...tudo parece sempre igual.

Nota-se empolgação, desejo (muito desejo!!!), carência, necessidade e até mesmo oportunidade. Mas não se vê amor. Não há amor. Não se sente o amor.

Talvez eu possa estar errada, afinal o amor não se vê mesmo. Falarei então de cumplicidade, o parceiro do amor (este “ser” sem definição).

Não falo, descrevo. O CASAL DO TREM. Numa dessas idas e vindas diárias a bordo da linha F, a gente vê de tudo. Mas poucas coisas verdadeiramente te tocam. Casais, beijos e até cenas mais “profundas” são freqüentes.

Desta vez não. Foi num lugar nada propício, numa quinta-feira chuvosa, de um final de ano, que eu vi O casal.

Eram dois jovens noivos (notei a aliança na mão direita), num canto do grande vagão. Eles não se olhavam. Hora ou outra se abraçavam. Pelo olhar dele, alguma coisa o afligia. Ela o beijava; nas costas. Ele apertava sua mão como quem se agarra a um único apoio. Mais um abraço. Aquele abraço forte, que protege como uma fortaleza. Ele se ajeita no colo dela. Ela o acolhe, com uma delicadeza e compreensão só existente numa relação de cúmplices. O trem pára. Aí eles se olham. Não dizem nada. Um beijo. Um selinho. O beijo mais intenso que eu já presenciei na vida. Cada um vai para um lado da estação. Eles estão juntos.

E eu, atenta, como uma espectadora que não deseja perder um segundo do filme. Eles nem notam.
É mesmo como um filme. Eles lá e eu cá. Em mundos completamente diferentes.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Simples

Hoje vi obviedades

Hoje vi gente humana, com atitude humana, essencialmente humana.

Hoje vi raridades.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Friedrich Nietzche

" O QUE NÓS FAZEMOS NUNCA É COMPREENDIDO, APENAS LOUVADO OU CONDENADO"

Este pensamento me esclareceu tanta coisa.
Cessou minhas angustias, desemparo ou aprovações.

Cobranças

Acordo com o toque do telefone. É a mocinha do telemarketing. Só para me lembrar o dia do vencimento da fatura do cartão. “Putz logo cedo cobrança”. Antes fosse só essa...

Inúmeras são as reclamações contra empresas de telemarketing. Mas se for pra reclamar de tudo que gera cobrança fora de hora, os fóruns e tribunais não dariam conta do recado.

Na escola, é dos professores;
Em casa, da família;
No estágio, do chefe, do chefão, da secretária dos chefes, da sala ao lado, do departamento acima, do público e de todos que possam acrescentar a sua “experiência”;
No banco, crédito;
Com os amigos, atenção;
No ônibus; o cobrador;
E até os desconhecidos (olhem só!!!) te cobram gentilezas, cordialidade;
Com os amores...Ah, os amores...O que nos cobram, o quanto exige...O que nos sobra.

Somos educados na base da cobra. Inicialmente cobra-se modos, cobra-se postura, cobra-se educação.
Mais tarde, cobra-se dedicação, esforço, atitude.
No fim, a conseqüência é que essa cobra pica, fere e se torna esse animal venenoso que és.

Pessoas intensas, alegres, animadas. E domesticada
Gente estranha, esquisita, isolada. E domada.

Não importa o que é. Você é fruto de algum dogma, planejado por alguém que jamais te conheceu, mas que já idealizava as forminhas corretas de utilização pessoal.

Fim do dia. O telefone toca. Não identifico o telefone. “Hummm. Quem será? O môzinho, a amiga, o desejado, contatos profissionais?”.

Ah desculpe, foi engano...
Avisam que me enganam!?