quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Carta à um amigo

Eu preciso saber de você

Eu preciso saber se você continua com a mesma energia;
e se ainda ouve Leone com eletrônica.

Se continua com cara de folgado;
e depois faz até “crentinhas convictas” virarem sua fã.

Eu quero saber se você ainda tempera salada com shoyu e limão;
e se deita na grama na hora do almoço só pra ver como o mundo é grande.

Eu preciso ouvir seus conselhos furados de amor;
pra ter certeza que em “pares” eu tô mal, mas como amigo eu tenho o melhor companheiro

Eu preciso ver se você continua arrasando em ilustração gráfica;
só pra dar uns palpites no final.

Eu quero lembrar de umas músicas legais, pra pedir pra você baixar pra mim;
porque eu só sei baixar música pirata.

Eu quero dividir duas torres de chopp com você,
e depois mexer com os corintianos no trenzão da Zona Leste.

Eu quero um carro novo pra gente ir pro carnaval de Ouro Preto,
mas entre Arujá e Itaquá, o velho, com portas que abrem nas lombadas, é divertido.

Eu quero ir num ensaio de escola de samba novamente,
só não quero que você durma na estação e me largue na chuva.

Eu quero ouvir você reclamar dos amigos com aquele brilho no olhar,
pra eu também falar dos meus e no fim a gente entender que ama todos eles.

Eu quero que continue com a sua não-habilidade em release, juntar com a minha estranheza em tecnologia e montarmos a mais inusitada clínica do mercado.

Eu preciso de você pagando mico nas minhas paqueras.
Seja no elegante “Ããã, você tem horas?” ou no desastroso “Ahhhh, olha o Colcci ali”

Eu sinto saudades de ter você por perto na hora de escovar os dentes,
Pra me alertar da espuma esquecida na bochecha, no nariz e principalmente nos braços.

Eu quero ver você se indignar com a minha falta de carisma e de habilidade em chamar as pessoas de “meu amor” e de dar beijinho no rosto;
e me mostrar que um pouco de falsidade é questão de sobrevivência.

Eu quero continuar a ver autoridades se desmanchando na nossa frente;
só que dessa vez pagando-nos um pouco mais (afinal, ceninhas toscas só pagando bem pra gente assistir)

Eu preciso saber se você ainda consulta o horóscopo do Terra toda manhã,
porque o da Estrela Guia a gente já sabe que é furada.

Eu preciso de um amigo
...pra aprender a fazer coisas erradas.
...pra me ensinar a ser mais organizada.
...pra comer uma feijoada média.
...pra ouvir o meu “muito obrigado” à empréstimos de livros eletrônicos.
...pra dar um cueca samba canção bege no aniversário.
...pra colaborar (muiiiitoooooooo) no meu TCC

...eu preciso saber de você. Eu preciso de você!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Existe alguém mais belo do que eu?


Um conto moderno. Breve como deve ser...

Nos contos populares, o bem e o mal são bem definíveis. E na escolinha, as tias nos contam as historinhas pra gente seguir o bom exemplo. Sejamos Brancas de Neve, Cinderela, Patinho Feio ou qualquer outro bom exemplo.Mas que fique bem claro, isso é só na infância.

No mundo adulto, a história inverte e o treino é pra ser mau. Os líderes em consultoria, em marketing pessoal, em gestão de mercado, sugerem que você seja o líder. E dão dicas...

Observe o comportamento do adversário e seja melhor. Cresça em cima das limitações do outro. Invista no que tem de melhor pra se destacar.

Existe alguém mais belo do que eu ??? Adapte essa pergunta clássica do conto da Branca de Neve e faça exatamente como a bruxa. Derrote o inimigo.

É o que sugere os contadores de história do mundo moderno.

sábado, 15 de agosto de 2009

Não preciso mais de diploma. E agora?

No estudo do direito, existe o termo vitimologia. É o estudo sobre a vítima. No caso do diploma do jornalismo, graduandos e graduados da área adotaram, voluntariamente, a postura de vítima diante das autoridades responsáveis pelo novo “padrão jornalístico”.

O imediatismo das ações de grande parte dos jornalistas, traduzidos em revolta e indignação, mostra que os mesmo não realizam, talvez a principal, missão jornalística: a da reflexão. Pensamentos são livres, mas ao defender a necessidade do diploma, se defende uma causa, e assim, é necessário pensar no coletivo.

Dentre as áreas da Comunicação Social, a do jornalismo é a menos valorizada. Seja nas atribuições, no mercado de trabalho, no piso salarial. E coincidentemente, era a única onde se exigia a obrigatoriedade do diploma.

A não obrigatoriedade do diploma tende a tornar o curso mais pluralista. Leva as universidades a repensarem a grade curricular e a baixar os valores da mensalidade (hoje considerado um curso pra elite). Sendo um curso mais acessível, suas habilidades e competências se tornam mais popular, fazendo com que a população brasileira entenda a função de um jornalista em qualquer processo de comunicação e não sintetize a profissão em apresentadores do Jornal Nacional.

A exemplo do curso de Administração, onde não se exige diploma para atua na área e hoje é um dos cursos universitários com mais chances de ingresso e progresso no mercado de trabalho, devido à popularização de sua importância, esse novo regimento jornalístico contribui com a situação dos jornalistas - não necessariamente com o jornalismo!

O fato de não exigir mais diploma, não muda as habilidades exigidas. E quem optar por cursar um curso não obrigatório, não pode se considerar vítima da situação e sim, uma autoridade no assunto.