domingo, 6 de dezembro de 2009

Sobre o Balcap: Entre a comunicação e a (falta de) pedagogia

*Balcap – Balanço dos Cursos Articulados por Projeto.

Esse é o nome da festa de encerramento que a UMC (Universidade de Mogi das Cruzes) promove todo fim de ano para contemplar os melhores trabalhos dos cursos de Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade & Propaganda e Rádio &TV). A cerimônia é bacana, bem organizada, com sempre boas sacadas do magnífico Wanderley Bianko e uma vibração gostosa de se presenciar por parte dos alunos. Mas os fins não justificam os meios e, depois da euforia do momento e da formação em Jornalismo, a conclusão que tenho de tal premiação não é positiva. Explico.


O curso de Comunicação Social, em todas as habilitações, é divido em projeto: todo ano, os alunos trabalham em cima de programas pré-estabelecidos e no final do ciclo apresentam os produtos elaborados a uma banca de professores. Os melhores (um de cada ano) recebem o troféu “Excelência” no Balcap. No fim, simples assim. No decorrer do ano, as coisas não são tão claras.


Com a concorrência desde o início, a comunicação entre os alunos, não se torna um aprendizado. Talvez quem criou essa disputa quisesse simular o mercado de trabalho, mas eu ainda acredito que no âmbito escolar as situações deveriam seguir um modelo mais harmonioso e pedagógico, seja na educação de base, seja no meio universitário.


Rubem Alves, um dos maiores educadores e psiquiatra deste país defende que a educação deve ser um jardim, onde todas as flores sejam harmônicas e não um túmulo, com alguns girassóis destinados a um único ser (veja o conceito completo no livro “Sobre o tempo e a eternaIdade). E eu acho que o Balcap comete essa mesma distorção com a comunicação.As turmas pouco se interagem, o foco fica apenas nos grupos, que buscam brilharem sozinhos. Eu não acredito na comunicação isolada, acho que uma das bases ainda é a imparcialidade, esta que os professores tanto proclamam, mas que nunca será realidade sendo os alunos rivais dentro do mesmo sistema.


Este ano o Balcap também teria premiação do melhor aluno e melhor professor. Não teve de melhor professor. Alguém sensato no meio percebeu que essa rivalidade não acrescentaria nada, a não ser um mal estar entre os mesmos. Mas não deixaram de premiar os melhores alunos, que segundo a doutora coordenadora do curso, é estabelecido tendo como base as notas e faltas. Lastimável!!!


Acredito que a interatividade entre os cursos de pedagogia e comunicação resolveria os problemas, em ambos os lados. A comunicação deve se atentar aos conceitos básicos pedagógicos e a comunicação pode ampliar as formas de ensino e didática das salas de aula.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Carta à um amigo

Eu preciso saber de você

Eu preciso saber se você continua com a mesma energia;
e se ainda ouve Leone com eletrônica.

Se continua com cara de folgado;
e depois faz até “crentinhas convictas” virarem sua fã.

Eu quero saber se você ainda tempera salada com shoyu e limão;
e se deita na grama na hora do almoço só pra ver como o mundo é grande.

Eu preciso ouvir seus conselhos furados de amor;
pra ter certeza que em “pares” eu tô mal, mas como amigo eu tenho o melhor companheiro

Eu preciso ver se você continua arrasando em ilustração gráfica;
só pra dar uns palpites no final.

Eu quero lembrar de umas músicas legais, pra pedir pra você baixar pra mim;
porque eu só sei baixar música pirata.

Eu quero dividir duas torres de chopp com você,
e depois mexer com os corintianos no trenzão da Zona Leste.

Eu quero um carro novo pra gente ir pro carnaval de Ouro Preto,
mas entre Arujá e Itaquá, o velho, com portas que abrem nas lombadas, é divertido.

Eu quero ir num ensaio de escola de samba novamente,
só não quero que você durma na estação e me largue na chuva.

Eu quero ouvir você reclamar dos amigos com aquele brilho no olhar,
pra eu também falar dos meus e no fim a gente entender que ama todos eles.

Eu quero que continue com a sua não-habilidade em release, juntar com a minha estranheza em tecnologia e montarmos a mais inusitada clínica do mercado.

Eu preciso de você pagando mico nas minhas paqueras.
Seja no elegante “Ããã, você tem horas?” ou no desastroso “Ahhhh, olha o Colcci ali”

Eu sinto saudades de ter você por perto na hora de escovar os dentes,
Pra me alertar da espuma esquecida na bochecha, no nariz e principalmente nos braços.

Eu quero ver você se indignar com a minha falta de carisma e de habilidade em chamar as pessoas de “meu amor” e de dar beijinho no rosto;
e me mostrar que um pouco de falsidade é questão de sobrevivência.

Eu quero continuar a ver autoridades se desmanchando na nossa frente;
só que dessa vez pagando-nos um pouco mais (afinal, ceninhas toscas só pagando bem pra gente assistir)

Eu preciso saber se você ainda consulta o horóscopo do Terra toda manhã,
porque o da Estrela Guia a gente já sabe que é furada.

Eu preciso de um amigo
...pra aprender a fazer coisas erradas.
...pra me ensinar a ser mais organizada.
...pra comer uma feijoada média.
...pra ouvir o meu “muito obrigado” à empréstimos de livros eletrônicos.
...pra dar um cueca samba canção bege no aniversário.
...pra colaborar (muiiiitoooooooo) no meu TCC

...eu preciso saber de você. Eu preciso de você!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Existe alguém mais belo do que eu?


Um conto moderno. Breve como deve ser...

Nos contos populares, o bem e o mal são bem definíveis. E na escolinha, as tias nos contam as historinhas pra gente seguir o bom exemplo. Sejamos Brancas de Neve, Cinderela, Patinho Feio ou qualquer outro bom exemplo.Mas que fique bem claro, isso é só na infância.

No mundo adulto, a história inverte e o treino é pra ser mau. Os líderes em consultoria, em marketing pessoal, em gestão de mercado, sugerem que você seja o líder. E dão dicas...

Observe o comportamento do adversário e seja melhor. Cresça em cima das limitações do outro. Invista no que tem de melhor pra se destacar.

Existe alguém mais belo do que eu ??? Adapte essa pergunta clássica do conto da Branca de Neve e faça exatamente como a bruxa. Derrote o inimigo.

É o que sugere os contadores de história do mundo moderno.

sábado, 15 de agosto de 2009

Não preciso mais de diploma. E agora?

No estudo do direito, existe o termo vitimologia. É o estudo sobre a vítima. No caso do diploma do jornalismo, graduandos e graduados da área adotaram, voluntariamente, a postura de vítima diante das autoridades responsáveis pelo novo “padrão jornalístico”.

O imediatismo das ações de grande parte dos jornalistas, traduzidos em revolta e indignação, mostra que os mesmo não realizam, talvez a principal, missão jornalística: a da reflexão. Pensamentos são livres, mas ao defender a necessidade do diploma, se defende uma causa, e assim, é necessário pensar no coletivo.

Dentre as áreas da Comunicação Social, a do jornalismo é a menos valorizada. Seja nas atribuições, no mercado de trabalho, no piso salarial. E coincidentemente, era a única onde se exigia a obrigatoriedade do diploma.

A não obrigatoriedade do diploma tende a tornar o curso mais pluralista. Leva as universidades a repensarem a grade curricular e a baixar os valores da mensalidade (hoje considerado um curso pra elite). Sendo um curso mais acessível, suas habilidades e competências se tornam mais popular, fazendo com que a população brasileira entenda a função de um jornalista em qualquer processo de comunicação e não sintetize a profissão em apresentadores do Jornal Nacional.

A exemplo do curso de Administração, onde não se exige diploma para atua na área e hoje é um dos cursos universitários com mais chances de ingresso e progresso no mercado de trabalho, devido à popularização de sua importância, esse novo regimento jornalístico contribui com a situação dos jornalistas - não necessariamente com o jornalismo!

O fato de não exigir mais diploma, não muda as habilidades exigidas. E quem optar por cursar um curso não obrigatório, não pode se considerar vítima da situação e sim, uma autoridade no assunto.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Questão de planejamento

Talvez seja agora nesta sexta. Isso se tudo der certo e eu conseguir mesmo trocar o feriadão pela idolatrada sexta-feira.

Mas aí, tenho que ver se não vai chover e se eu vou conseguir resolver os lances do TCC.

E também achar um local apropriado. Não pelos formigueiros, não tenho frescuras. Mas é que num canteiro de avenida é meio arriscado.

E tem também a companhia. Ta tudo mais ou menos combinado com uma amiga. É que sozinha é meio problemático e “benhê” estão escassos.

Depois vem a (sempre presente!) questão da grana. Ora, tenho todos os adereços e comprometimentos que um ser humano tem que assumir antes de investir em infantilidades ué.

E tem as explicações, claro. Sair, esse horário, pra quê? Todo planejamento exige explicações claras.

E mais explicações, sobre companhia. Chamar este e não o outro. Ele é mais seu amigo? Não gosta daquela companhia?
Elaborar um porquê objetivo, para não desagradar amigos e oportunidades. Ok, anotado!

E aí, se tudo der certo, se eu conseguir cumprir os prazos dos outros, justificar as minhas escolhas, o tempo colaborar, o Zaqueu me atender...

é só viajar e procurar um lugar pra...deitar na grama!!!


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Eu sei quem você é

Quem é você que chegou depois de mim?
Quem é você que chegou depois de todos?
Quem é você que chegou tão cedo?

Quem é você na minha fantasia?
Quem é você na minha realidade?
Quem é você na minha vida?

Quem é você de manhã?
Quem é você no fim da tarde?
Quem é você no seu tempo?

Quem é você pra você?
Quem é você pro mundo?
Quem é você entre eles?

Energia das minhas manhãs, aconchego do meu fim de tarde.
Chegou e nem entrou, mas pra sempre já ficou.
Sorrisos, olhares e disfarces. Nuances, cores, contrastes.

De que importa tantas estações, se o caminho é um só?

Mais um pedaço

Não tenha medo de crescer devagar, só tenha medo de permanecer imóvel”

Eu gosto muito desse pensamento. E é um dos que mais justificam meu atual momento. E também a minha ausência neste blog.

Estou crescendo. E não vou negar que por muitas vezes isso dá medo.
Sei que medo não é legal, não é benéfico e muito mal visto profissionalmente. Mas é inevitável.

Dá medo ver que de repente a responsável por sua vida é só você mesmo. Pra quem sempre cresceu cercada de esforços e mimos, de repente se ver nessa selvageria dá medo.

Dá medo não conseguir “cumprir os prazos”, afinal, a gente tem que dar sempre o melhor de si, ser só você não basta. Ainda mais quando se é mediana!!!

Dá medo saber que pessoas podem partir; e não sair do seu mundo. Dá medo saber que o amor não é sempre.

Dá medo imaginar o amanhã. Dá medo imaginar o hoje. Dá medo não viver.

Apesar dos medos, angustias, desesperos e despreparos, tenho que assumir que o crescer está me fazendo bem.

Sair do meu estado de conforto, dar a cara e coração ao mundo, é muito doloroso, mas traz leveza. Eu não sei explicar. Mas sei sentir. E sei ouvir. E estou aprendendo a olhar.

Estou mais esclarecida, mas consciente, mais humana. Acho que a minha maior conquista foi saber admitir meus medos, minhas limitações...E dar tempo ao tempo.

“Ruim não é ter medo. Ruim é o medo de sentir medo”

quinta-feira, 7 de maio de 2009

oferta

Tem pessoas que um simples OI me cansa tanto;

Outras eu "planto bananeiras" (com aspas ou sem), facinho, facinho!!!

domingo, 3 de maio de 2009

Fora da Forma

Ah, o óbvio. Este meu fiel companheiro. Ele à frente de tudo neste mundo; eu lá atrás. A bola gira e sempre nos deixa lado a lado

Há coisa mais obvia do que relações? Sejam elas comerciais, amorosas ou de inimizade. Tudo segue protocolos.

Amigo faz bem, inimigo faz mal, contratos dão lucros, namorados se amam. As vezes até é assim, mas só as vezes.
Por mais que os humanos tentem não conseguem enquadrar as coisas neste mundo redondo.

Eu não sei dizer quem são meus amigos, meus inimigos, chefes, amores ou paixões. Talvez todos representem tudo em algum momento.

Que mania sem graça essa de ter que nomear tudo. Eu não quero relações etiquetadas.
Pessoas me fazem bem e isto me basta. Ainda que poucas.

Eu não quero saber o que representa o carinha que eu liguei sábado a tarde pra saber se estava bem. Nem aquele que eu tanto desdenho diariamente.

Eu não sei se o colo que eu ofereci na noite estrelada daquela segunda significa que somos amigos. E nem se as lágrimas que eu tirei dos olhos de alguém, criou um inimigo.

Também não me preocupo se as minhas três estrelas conseguem ter o mesmo reflexo sobre mim. Elas sempre serão a luz na minha vida.

O que você representa pra mim eu não sei. Só sei que é especial. E você também sabe. Pessoas especiais pra mim, sabe que são.
Talvez sejam os únicos que passam por aqui. E isto mais uma vez me basta.
Não quero gritar para o mundo. Quero é mesmo curtir o prazer de compartilhar segredos em meio a multidão. Bem o que faço por aqui. Uns textos jogados ao mundo, entendido por meia dúzia de queridas pessoas.


Eu também não sei o sentido deste texto. Talvez o único que faça jus ao nome deste blog.

DESINFORME. Nada aqui está na forma...

×

quarta-feira, 22 de abril de 2009

lalalalala

A música que toca hoje é a mais bela, a mais sensata, a mais harmônica.

Obrigado!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Experiência que vale a pena


- Não vou usar isso que vão rir de mim.
- Do que será que aquele pessoal está rindo?
- Tem alguma coisa de errado em mim?
- Putz, vai pagar este mico?
- Eu não sou palhaço!!!

Quem em algum momento já não sentiu a aflição dos momentos acima. Faz parte dentro de uma sociedade que instituiu o riso como uma gozação.

Participar de um retiro de palhaço é desaprender boa parte do que vc aprendeu. E aprender a ser vc mesmo. Sem medo!!!

E tudo sem sessões de terapia, psicologia ou coisas do gênero. A formula é simples: casa, natureza, aconchego e amigos. Sim, mesmo que vá sozinho, é certo que sairá de lá com amigos.

São dias, massagens, brincadeiras e descobertas que podem não garantir uma grande atuação no picadeiro, mas lhe conferem muito mais energia e verdade para atuar no palco da vida!!!

Acesse: http://www.retirodepalhaco.blogspot.com/
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Eu provei deste nariz. E recomendo!!!
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mergulho

Eu gosto de estar em paz. Mas confesso que a raiva, por muitas vezes, muito me satisfaz. Quando o sangue começa a ferver, as idéias entram em ebulição. Um turbilhão de sentimento é reativado e os mais verdadeiros são esquecidos. Conhecer o contrário de mim, me olhar pelo avesso.

Sentir a raiva, o nó de garganta e o desfecho logo em seguida. Conviver com o olho surpreso das pessoas, que tem um medo absurdo do vermelho.

Gritar um grito tão silencioso, tão intenso que todos os sentidos possam entendem.

Mas o meu maior prazer não é os outros, nem as cumplicidades, nem a solidão compartilhada. É o meu momento “umbiguismo”. O meu total encontro com todos os meus “eus”.

E sem mais idéias. Estou num mergulho bem longe daqui.
Mas ainda mantenho o snorkel.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Insônia

Dizem que é quando o sono não vem. Mas eu acho que é muito mais.

É quando o sono vem acompanhado de sentimento. Traz doses de nostalgia, de mudanças, de conflitos, de indecisões disfarçadas de decisão.

É quando a certeza do sono é substituída pelas incertezas da alma. Que te faz revirar o arquivo de fotos, de memórias, e agora no mundo moderno, de e-mails.

É ligar a tv, desligar a tv. Ligar o som, desligar o som. Ligar o pensamento e não desligar o coração. Este que muitas vezes eu faço questão de sufocá-lo. Ah menino, aproveita desta minha insônia pra dançar.

É escrever este texto com um monte de “É”. E pior, ter que agüentar as interrogativas que estes “ÉS” trazem.

É ter a certeza que o “é – não é”, ao menos nessa noite não vai sair da minha cabeça. E vai consultar o coração...

domingo, 5 de abril de 2009

O revés do domingo

Domingo, dia que ninguém gosta. E que eu gosto, sem grandes motivos. Talvez o hábito de ser do contra, se manifeste até nos dias de nada, nos domingos.

E ainda por cima, chove. Uma das minhas maiores paixões. Mas eu não estou aqui. É domingo, tem chuva, mas não me tenho.

Fujo, mas queria estar lá. Queria estar na varanda, fumando, bebendo e viajando. Mesmo que eu não fume, beba pouco e fique apreensiva com aquela casa de maribondo no canto da varanda que teimam em dizer que é coisa da natureza.

Às vezes me irrita a harmonia. Aquela casa bagunçada, o cabelo despenteado, o carro amassado, as contas sem pagar, a geladeira quebrada. Tudo numa desordem, num aconchego, numa insistência praticável.

A musica, os gostos, os SAPATOS, a tranqüilidade, a ironia. Nada me admirava. Mas tinha a paisagem. E aí esquecia tudo. Porque não era aquilo. Era só adiante.

Foi a distancia mais perto possível. A visão mais oculta. A longevidade mais criança.

Mas é domingo. E hoje o teatro não funciona.
Ta chovendo e não dá pra tomar sorvete naquela praça, olhar pro alto e esquecer todos os lados.

Domingo. Acho que hoje não é mais nada mesmo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Chavez

Inimizade pode ser apenas falta de conhecimento.

Amizade também.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Dia do Circo


27 de março é data que homenageia o dia do circo no Brasil. É bom eu marcar bem, ter arquivos, fotos, estudar, porque circo neste país vai ser estudo de pesquisas sobre “Arte Primitiva” que meus filhos vão estudar. Lamentável.

Neste dia cumprimento os poucos artista circenses do nosso país, não somente pelo brilhante espetáculo no palco, mas pela atuação na vida.

O circo só não será plenamente esquecido, porque virou referência de cenário para a política brasileira. Mas não vou falar muito disso, porque não gosto de clichês. Prefiro me alimentar da esperança das singelas palhaçadas dos iniciantes.




Alunos da Creche Municipal Maria Pires Parra - Itaquaquecetuba - SP

Risos, mágicas e muita alegria pra quem quiser!!!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Desligada

Eu preciso parar de rir a toa. De levar bronca e rir, de cair e rir, de me enganar e rir.

Eu preciso tirar esse riso fácil do rosto, arrumar as coisas e ir à luta. Eu tenho que parar com essa simplicidade.

Tenho que aprender que a vida é muito mais que o sol a iluminar meus passos e a chuva para lavar minha alma.

Tenho que desacreditar da ingenuidade das pessoas e entrar logo neste jogo. Abandonar esta certeza de que no fim tudo dá certo.

Preciso aprender a sentir dores porque a vida não pode ser toda boa. Eu preciso ter cicatrizes; e que elas doam ao invés das cócegas que tem feito.

Saber que o dinheiro tem que ser a razão do meu suor e não os tantos prazeres de hoje.

Querer mais e não me contentar com os meus poucos amigos e infinitos amores.

Não saber planejar, comprar, gastar e parar com essa mania de chegar ao fim do mês com dinheiro e não participar das aflições coletivas.

Eu preciso urgentemente me ligar e começar a fazer parte deste mundo!

domingo, 22 de março de 2009

Tecnologia

Ele me excluiu do orkut

E eu, do msn.

Perdi meu celular, e junto, seu número.

Quem é ele já não mais importa;
me basta saber quem ele foi.

terça-feira, 17 de março de 2009

Liberte-se

Se liberte da independência e seja muito mais feliz

Viva a dependência!!!
Use e abuse dos seus amigos, dos seus amores, das suas paixões.

Faça com que seus amigos ocupem grande parte do seu tempo, que te arranquem muitas risadas, a todo momentos, nos lugares mais inconvenientes...Até que vire bronca, mal comentários, lenda!!!

Dos amores, exija atenção. Faça com que te vejam, te ouçam, te sintam, e vire dependente de tudo isso.

Escancare os seus desejos, mostre a alma, se transpareça. Seja dependente da luz, da evidência.

E com as paixões, ah com essas ponha o coração e a cabeça para trabalhar. Curte a desarmonia entre esses dois e mantenha o brilho inquietador no olhar.

Amigos, amores e paixões...Dependências de uma liberdade real!!!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dou de Costas

Chega uma hora que você percebe que a vida pode ser tão simples como é quando você chega ao mundo.

Bebês choram, questionam, resmungam, e pouco se importam com a receptividade da platéia. Talvez eles saibam, mesmo que inconscientemente, que alguém estará ao lado deles. É a lei da convivência. Mas esta regrinha simples é esquecida com a chegada da nossa racionalidade.

A gente cresce e quer mostrar ao mundo à nossa opinião. Defender idéias, revolucionar, brigar. Tudo certo, afinal a vida é feita de tentativas. Mas a gente também quer agradar e aí tudo entra em processo de “paralisação”.

Tenha opiniões, idéias, atitudes. E não se importe com os aplausos. Não viva e nem faça nada por alguns segundos de palmas.

Ouço, isto é aprendizado. Mas quando o som ouvido, nada tem a me acrescentar, e isto não significa que estou certa e os outros errados, dou as costas e saio.
Já quis impor minhas verdades, mostrar que estava certa. Bobagem...que eu só fui aprender depois de alguns sapinhos engolidos.

Essa simples atitude poupa o nosso tempo e dos outros. Com o tempo as pessoas aprendem que você não é a melhor companhia delas, que não está interessada em seu mundo e que alguma cordialidade como um cumprimento já basta para uma harmoniosa convivência.

Há quem diga que isso é falta de compreensão. Há quem ache falta de educação. E eu tenho certeza que é auto conhecimento.

Dou de costas. Simples, prático, eficaz...e nem tão doloroso assim.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Cavidade



O que é pra ser nosso ninguém tira:

C E L U L I T E.

Natureza

Preciso de uma cachoeira.
É que não acredito muito nessas coisas de benzedeira, igrejas e afins...

Alguém conhece uma boa pra me indicar???

domingo, 1 de março de 2009

História de Aspas

Eu o “conheci” em um fim de ano. Isto se, ouvir um nome e sentar ao lado significa conhecer.
Era uma balada e a Monise ali era outra Monise.Ele também não parecia ele, por isso considero que o “conheci” ali; nossos “outros” se conheceram antes de nós. Não trocamos uma palavra.

Alguns dias depois teve um bar. E em meio a algumas cervejas e meias porções eu o “conheci” um pouquinho mais. Dividimos boas risadas e eu gostei daquele garoto que pra mim se apresentou com uma leveza e alegria encantadora, embora os amigos o descrevesse com contrariedade a este meu ver.


Aí claro veio o “contato”. MSN, orkut e toda aquela falsa sensação de conhecimento, cumplicidade e tals. Mas veio também uma ligação verdadeira depois da Ceia de Natal.

Teve uma viagem inesperada no Ano Novo. E uma "ficada" esperada no destino. Com conversas surpreendentes no caminho. Ele nunca me ouviu como naqueles dias. Talvez por isso, nunca mais tenha aturado mais que alguns minutos de conversa. Acho que minhas verdades o cansam, o assustam.

Daqui a diante a história é toda de “achos” e aspas. Achei interesse, achei descasos, achei “amores”, achei oportunidades, “achei” encontros armados.
Achei que não queria, achei que fosse apenas mais um, achei que devia tentar, tive certeza que não era nada. Enganei-me. Somos “amigos”. Temos algum carinho em comum, em proporções extremamente diferentes.

E eu, que sou viciada em reticências, que adoro acreditar que tudo sempre tem continuação, viradas, surpresas, entradas e saídas, tenho que “aceitar” uma amizade com aspas e um ponto final nesta “história”.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Dias vermelho

Que vontade de jogar tudo pro alto.

Uma sensação invade o peito e cria forças até então ocultas. Acho que muitos dos grandes gênios sejam eles artistas ou criminosos agiram sob influencia desta energia.
É um sentimento instigante e motivador. A adrenalina sobe, a paixão aumenta, os desejos ressurgem. Tudo é mais, tudo é demais. Esta sobra sufoca o meu corpo e não transcende o meu ser. São pesadas e puras emoções. Leves e cansativas . São sensações d’alma. De uma alma esperançosa e inquieta. Que age e espera. Que grita e se cala. Que se expande para não caber neste mundão, que teima em girar, tontear e permanecer estático, gélido e sombrio.


Sombras abandonadas, sensatez aposentada, lucidez contrariada...Vontades, desejos e escutas daqueles cinco dias agradavelmente femininos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Rapidinhas de carnaval

Tem gente que se preocupa com a paz do mundo
Tem gente que tenta amenizar a fome dos mais necessitados
Tem gente que se preocupa com xixi do cachorro

-

Ele só usa cueca da Colcci
Será pra sustentar muito valor ou disfarçar a falta dele?

-

Tem coqueiro que não dá coco
Tem bananeira que não dá banana
Tem gente que não da gente

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sexta-Feira 13

Que o boliche combinado me aguarde por mais uma semana
Que cerveja com o meu querido jappa não esquente até o próximo convite
Que meus colegas tenham entendido o meu silêncio
Que a barra de Laka devorada ferozmente não me engorde mais que o habitual
Que a hora extra do almoço não tenha sido entendida como desleixo
Que o cinza deste dia não tenha adentrado minha alma
Que a chuva que me alegrou não tenha ferido outras pessoas

Desculpem por ter saido nua. No lugar da fantasia hoje eu preciso de colo!!!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Firme Solidão

Da janela do serviço, em uma manhã de quinta-feira e ao som de Leone, enquanto aguardo as pautas que sempre chegam no fim da tarde, com dead line justíssimo só pra fazer jus a profissão jornalística, observo um dia chuvoso.

Do alto do prédio com uma ampla visão, me recordo de um texto de Arnaldo Jabor em que ele diz que a solidão é o mau do século. Ele fala da solidão exclusivamente num relacionamento a dois, onde as pessoas são sozinhas nas coisas mais simples como passear de mãos dadas ou curtir um dia chuvoso debaixo de cobertas e comendo pipoca. Porque sexo sempre há e pra isto a solidão é facilmente eliminada.

Mas não é apenas “a dois” que a solidão existe. Ela prevalece em quase todos os relacionamentos humanos.
Está chovendo e as janelas estão todas fechadas. Fico pensando nessas casas fechadas. Mas logo o pensamento volta à visão. Observo o vai e vem dos carros. A maioria absoluta está com apenas um ocupante. Bem aqui em frente um homem troca o pneu de seu carro; sozinho.

Entendo. Toda esta solidão tem nome: é segurança. As casas fechadas protegem filhos da periferia que muitas vezes passam os dias sozinhos enquanto seus pais vão a busca de um futuro melhor. Os motoristas solitários da semana, em seus caros carros estão atrás de contratos, negócios e é preciso mesmo ir sozinho porque alguns detalhes os funcionários não podem ter acesso. A dificuldade encontrada pelo homem, que debaixo de uma chuva forte troca o pneu de seu antigo carro é também solitária porque pode ser um truque para atrair um crime.

Nas buscas, geralmente estamos sozinhos. A solidão é segura. Não há riscos, não há envolvimentos. Mas a nossa segurança é frágil ao contrário da solidão que está cada vez mais firme.

A chuva ficou mais forte. Menos gente nas ruas. Os poucos correm ou se protegem com guarda chuva, sobras de teto ou sob galhos de árvores. Ninguém se atreve a água. Molhar-se significa perder a segurança de voltar a cadeira do escritório, o almoço no restaurante ou a reunião importante.

E a solidão segue com segurança, esta que se desmancha com algumas gotas do céu.

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Conto de uns contos

Deu pra gostar de crônicas. Coleciona algumas e acha que todas a completam.
Talvez esteja vazia. Talvez precise de complementos. Prefiro achar que se abriu para um mundo novo.

Um mundo maior do que o de histórias bem narradas. Uma seqüência menos lógica do que tem vivido. Agora vê e participa de contos alheios. Trancou a limitação e está na rua. Observando e vivendo outros mundos.


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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Lista

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você já desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?

Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender

Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber

Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer

Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais

Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
OSWALDO MONTENEGRO - A lista


...ainda refletindo algumas saudades!!!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Eu tô tentando

Eu tou tentando largar o cigarro
eu tou tentando remar meu barco
eu tou tentando armar um barraco
eu tou tentando não cair no buraco


Eu tou tentando tirar o atraso
eu tou tentando te dar um abraço
eu tou penando pra driblar o fracasso
eu tou brigando pra enfrentar o cangaço


Eu tou tentando ser brasileiro
eu tou tentando saber o que é isso
eu tou tentando ficar com Deus
eu tou tentando que Ele fique comigo
eu tou fincando meus pés no chão


Eu tou tentando ganhar um milhão
eu tou tentando ter mais culhão
eu tou treinando pra ser campeão
eu tou tentando ser feliz


Eu tou tentando te fazer feliz(bis)
eu tou tentando entrar em forma
eu tou tentando enganar a morte
eu tou tentando ser atuante


Eu tou tentando ser boa amante
eu tou tentando criar meu filho
eu tou tentando fazer meu filme
eu tou chutando pra marcar um gol
eu tou vivendo de rock 'n roll


KID ABELHA - Eu tô tentando


...refletindo algumas tentativas!!!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Fortuna


Passar a melhor madrugada dos ultimos tempos comendo sorvete na calçada com a melhor amiga, sob um céu deslumbrantemente estrelado que te faz ver como a vida é infinita e nos induz a viajar ainda mais nas idéias, sonhos, projetos e vontades.

Levar um buzinão na rua e quando estiver preste a concluir o quanto dirige mal ouvir o motorista dizer: é que é tão raro ver moças bonitas e solitárias nas noites de sábado que tive que fazer isto pra ver se era miragem, travesti ou realidade.
Não entendi, mas ri. MUITO.

Acordar as 13h de um domingão com o cheirinho do almoço feito por papai e com um doce pedido: Sú, acorda pra você provar o novo prato que eu inventei.

Passar a tarde no balanço da rede ouvindo MPB no último volume, cantando com a minha voz habitualmente baixa e totalmente fora de ritmo.

Encontrar as simplicidades que me fazem muito rica, sem precisar de um buzinão ou de grandes acontecimentos pra constatar as minhas verdades.

Isto = Aquilo

Ouvindo um “amigo” falando de relacionamento, de escolhas de vida, entre muitas coisas ele me disse escolher não amar. Na hora e por alguns dias seguintes eu fiquei achando isto um absurdo. Escolher não amar é uma opção de fracos. Como renegar em sua vida algo que é a razão da dela? Acho de uma frieza imensamente triste adotar esta posição, mas respeito. Sou fiel ao pensamento de Voltaire quando diz:

“Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la.”

Mas fiquei encucada com isso de “escolher não amar”. Algum filósofo, que não me recordo, uma vez disse que amar é uma decisão. E eu por muito tempo achei que este tivesse razão. Mas para concordar com ele teria que admitir que escolher não amar também têm coerência. E realmente não tem.

Nesta imensa confusão com sentimentos alheios, eu voltei para os meus.
Ok, escolher não amar é uma decisão que eu não pretendo adotar, mas ainda assim, louca pra amar, eu também não amo (entenda neste caso apenas amor num relacionamento a dois).

E aí, o que é mais frio, escolher não amar ou...simplesmente não amar???

Ainda estou pensando. Tentando descobrir qual frieza é menos covarde.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Comidinha Básica

Num desses papos de “mulheres bem resolvidas” e, em nível de igualdade com vocabulários masculinos, falava com uma amiga sobre relacionamentos (ou não!).
Enquanto ela se queixava que em sua maré não havia peixe eu falava que os meus andam famintos demais.

Sozinha só fica quem quer. Mas isso não quer dizer que ter companhia está fácil. Não, definitivamente não está.

Recebo convites, elogios e todos os xavecos habituais. Com a única finalidade de matar a fome. Já me dá enjoou antes. “Ah, mas você também não está com fome?”
Sim, estou. Mas a minha fome não passa só com lingüiça.

Não quero caviar, como ela sugeriu. Caviar é caro, leva tempo pra entrar na sua rotina. Primeiro tem que trabalhar, conseguir uma grana, status e então começar a degustá-lo. Assim como o amor, exige tempo, vivência e experiência.

Mas alguns acompanhamentos básicos são necessários até pra uma comidinha básica. Uma lingüiça fica bem melhor com arroz, feijão e farofa. Uma trepada também é BEM melhor com carinhos, atenção, entrosamento, calor. O restante é a la carte, depende do momento, do apetite, de cada um.

Fato é que andorinha sozinha não faz verão. Lingüiça pura não mata a fome. E peixe pequeno eu não pesco.

Já que o texto está esdruxulo mesmo, entenda-se por pequeno gente que se contenta com pouco, que deseja sem vontade, que usa vara para qualquer sardinha e que come qualquer coisinha.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Traição

Cansei de trair. Tá na hora de ser mais leal.
Cansei de trair o amor, a sinceridade, a honestidade.Cansei de trair as minhas verdades
Cansei de me trair.

Cansei de sorrir pra hipocrisia.
Cansei de conquistar o amor com os joguinhos de sedução.
Cansei de enganar a sinceridade me fingindo de “boa praça”.
Cansei de iludir a honestidade ficando em harmonia com a cumplicidade.

Trai-me muito. Fiz o jogo dos outros. Entrei de gaiata e até que me dei bem, mas cansei.
Traição agora só com a verdade alheia.

Porque pra quem merece a mentira, a traição é sempre a melhor opção.
Traia: conte verdades.
Traia: seja legal.
Traia: seja você.

A pior traição é ser verdadeira!!!



3

Três são os principais poderes do nosso país, que pouco representam.
Três são os pontos finais que juntos formam as reticências e permitem vários finais para um mesmo fim.
Três são várias coisas, muito mais que três.

Três também sou eu.
Sou o começo de uma interminável seqüência.
Sou ímpar.
Tenho três amores, tenho três estrelas, tenho três amigos. Mas eles não se somam; todos os três são apenas três.

No céu uma infinita constelação. Três estrelas se destacam por sua união. Cada lugar do mundo tem uma lenda para isso. Talvez a astronomia explique melhor.
Assim também são as minhas estrelas. Juntas e de destaque. Um único brilho.
Às vezes muito longe. Assim como no céu, às vezes encobertos. Mas a certeza de que sempre estarão brilhando, é o que me anima a continuar caminhando.

É só olhar pro alto. É onde estão as minhas estrelas
.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Acidente (?)

Meu, o teto da renascer caiu.
Esta frase da uma aula de semiótica incrível!!!! Realmente não necessita de complementos.

Será que Deus resolveu vir a Terra, e chegou com muita força??? Ou os louvores para alcançar o céu estavam começando a surgir efeito???

E os meus charás (os Hernandez, donos da igreja), lá nos States, tranquilos, milionários, mas orando!!!

Tem fatos muitos simples de entender.

No espelho

Mimada
Frágil
Carente
Indecisa
...com fantasia de FORTALEZA!!!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Contra o egoísmo.

Este não é mais um entre tantos textos que defendem o “direito a vida”. E muito menos um relato de uma grávida desesperada. Tampouco uma apologia. É uma sólida opinião. A FAVOR do aborto. E se você é daqueles que também nunca pararam pra pensar por si, sempre seguiu o que ouviu, desde que por este caminho está, talvez queira me condenar à fogueira. Um favor: dá logo um tiro, porque eu tenho pavor de calor!!!

Sei que se declarar abertamente a favor de algo que é considerado crime em nosso país, pode me condenar de imediato. O aborto é crime previsto em lei, mas não é por isso que as pessoas o repugnam. Nesse caso, a opinião quase que unânime está ligada a vínculos religiosos. Ainda que inconscientemente.

É pavoroso estar no meio de uma discussão sobre o assunto e quando questionar alguém sobre o porque da sua posição contrária ao aborto, ouvir a máxima “nem precisa explicar né”.

Defender o direito ao aborto é eficazmente defender o direito a vida. Porque vida não deve se resumir ao simples ato de nascer.


É obvio, que assim como grandes partes dos países avançados e pensantes do mundo, o nosso Brasilzinho vai liberar o aborto. Mas enquanto isso não acontece, a mulher continua a não ser dona do seu corpo, continua a ser obrigada a ter filho.
Neste momento aparecem os defensores. Defensores sabem nem eles direito do quê. Com seus conceitos sempre ultrapassados:

- É só se cuidar que isto não acontece.
- Não devemos tirar o direito da vida de um ser indefeso
- Já há vida desde os primeiros dias
...e todos os bla bla blas que não mudam nunca e todo mundo já sabe de cor.


É fato, que com a prevenção, a possibilidade de uma gravidez reduz consideravelmente. Mas, em primeiro, que NENHUM método é 100% seguro e o “anjinho” pode sim descer do céu sem ser solicitado. E aí? É certo trazer para o mundo, alguém que não será bem vindo. As regras de etiqueta e convívio social sempre dizem para não convidar pessoas indesejadas. Mas no caso do aborto, é lei, é obrigação aceitar este alguém. É preciso amor para uma convivência tão assídua como uma relação familiar. E não é um artigo que basta para compor este amor.
E outra, que atire a primeira pedra que nunca agiu por impulso, ainda mais com tesão na parada.

As leis brasileiras são ultrapassadas, assim como quase tudo que é imposto por religiões. E a contrariedade ao aborto se firma entre esses dois vulneráveis alicerces.

Minha opinião se baseia em apenas um aspecto: o amor às crianças. E agora, trabalhando frequentemente com estes seres iluminados, sei o quanto é injusto aceitá-los só por cumprimento a uma lei e por medo dos maus olhares da sociedade.

As mulheres um dia não tiveram o direito de escolheres seus maridos;
As mulheres foram queimadas em fogueiras por livre arbítrio;
As mulheres não puderam trabalhar;

Isto mudou.
Mas elas ainda são obrigadas a terem um filho. Independente de não terem apoio emocional, abrigo, condições psicológicas...Um equívoco cometido, onde nós mulheres, sozinhas, somos OBRIGADAS a responder pelas “consequências”...Mas caso não queira, é só aguardar nove meses e despejar o hóspede em algum abrigo, albergue. Por que este tipo de descaso é permitido por lei.

É certo isso? É humano isso? É divino isso?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Viajando com as montanhas


Tenho poucos medos nessa vida. Talvez sobrem dedos de uma mão para enumerá-los. Um deles, não sei bem se é medo, mas é algo que muito me faz pensar: montanhas.
Adoro viajar, mas sempre que a estrada tem como paisagem montanhas, eu fico apreensiva. Quanto mais alta e fechada for a montanha, mais longe vão meus pensamentos . Acho que irracionalmente luto para tentar quebrá-las, vencê-las.

Os carros passando, toda a vida das cidades acontecendo e as montanhas sempre lá, como grandes observadoras da situação. Mas não são simples espectadoras, elas são superiores, estáticas. E eu tenho pavor de coisas sem movimentos.
Não há a menor graça quando não existe interatividade. E isto serve tanto para objetos, natureza, quanto para pessoas.

Sabe, eu prefiro o vento que pode vir e acabar com tudo e nos dá a possibilidade da reconstrução, do que as montanhas, paradas, sólidas, firme, frias, mas que nunca se renovam.
Assim é meu gosto também com humanos. Prefiro os que chegam, arrasam, caem, levantam e passam a vida num vendaval, do que aquelas pessoas que servem de exemplo por ter conseguido uma vida estável e sólida e bla bla blas.

É sempre assim, em toda viagem, eu viajo. Seja por estradas, por pensamentos ou por picos de montanhas.

Abaixo uma poesia MARAVILHOSA, de autoria de Luciano Pereira de Souza que descreve perfeitamente esses meus sentimentos.

EU QUE QUERIA SER RIO

Eu tinha um caminho a trilhar,
mas resolvi estacionar.
Optei pela velha realidade
e afoguei a minha verdade,
por medo de perder aquilo que não poderia ter.

Eu que queria ser rio, hoje sou montanha.
Acabei trocando o meu mundo
por um maldito canudo.
Agora vivo a me anestesiar
pensando em algum dia acordar.

Hoje, sou um homem sério, conquistei a minha paz de cemitério
Eu que queria ser rio, hoje sou montanha.
Agora só importa o material
e isso me faz tão mal.

Eu que sonhava com grandes vitórias
acabei mudando o curso da minha história.
E o meu sonho de infância foi sufocado pela minha ignorância.

Eu que queria ser rio, hoje sou a montanha.
Se pudesse voltar atrás
abriria mão dessa suposta paz.
E ficaria em constante perigo,
mas satisfeito comigo.
Só quis escutar a razão, agora não me sinto bem
com meu coração.

Eu que queria ser rio, hoje sou a montanha.


Luciano participa do Entremeio Literário criado pela coordenadoria de Cultura de Mogi das Cruzes. Para conhecer este e mais outros expressivos escritores compareça ás “Terças Literárias”, a partir das 19h no Casarão do Carmo, na própria cidade de Mogi.