Esse é o nome da festa de encerramento que a UMC (Universidade de Mogi das Cruzes) promove todo fim de ano para contemplar os melhores trabalhos dos cursos de Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade & Propaganda e Rádio &TV). A cerimônia é bacana, bem organizada, com sempre boas sacadas do magnífico Wanderley Bianko e uma vibração gostosa de se presenciar por parte dos alunos. Mas os fins não justificam os meios e, depois da euforia do momento e da formação em Jornalismo, a conclusão que tenho de tal premiação não é positiva. Explico.
O curso de Comunicação Social, em todas as habilitações, é divido em projeto: todo ano, os alunos trabalham em cima de programas pré-estabelecidos e no final do ciclo apresentam os produtos elaborados a uma banca de professores. Os melhores (um de cada ano) recebem o troféu “Excelência” no Balcap. No fim, simples assim. No decorrer do ano, as coisas não são tão claras.
Com a concorrência desde o início, a comunicação entre os alunos, não se torna um aprendizado. Talvez quem criou essa disputa quisesse simular o mercado de trabalho, mas eu ainda acredito que no âmbito escolar as situações deveriam seguir um modelo mais harmonioso e pedagógico, seja na educação de base, seja no meio universitário.
Rubem Alves, um dos maiores educadores e psiquiatra deste país defende que a educação deve ser um jardim, onde todas as flores sejam harmônicas e não um túmulo, com alguns girassóis destinados a um único ser (veja o conceito completo no livro “Sobre o tempo e a eternaIdade). E eu acho que o Balcap comete essa mesma distorção com a comunicação.As turmas pouco se interagem, o foco fica apenas nos grupos, que buscam brilharem sozinhos. Eu não acredito na comunicação isolada, acho que uma das bases ainda é a imparcialidade, esta que os professores tanto proclamam, mas que nunca será realidade sendo os alunos rivais dentro do mesmo sistema.
Este ano o Balcap também teria premiação do melhor aluno e melhor professor. Não teve de melhor professor. Alguém sensato no meio percebeu que essa rivalidade não acrescentaria nada, a não ser um mal estar entre os mesmos. Mas não deixaram de premiar os melhores alunos, que segundo a doutora coordenadora do curso, é estabelecido tendo como base as notas e faltas. Lastimável!!!
Acredito que a interatividade entre os cursos de pedagogia e comunicação resolveria os problemas, em ambos os lados. A comunicação deve se atentar aos conceitos básicos pedagógicos e a comunicação pode ampliar as formas de ensino e didática das salas de aula.
6 comentários:
Aí, minha jovem. Li seu comentário sobre o Balcap e concordo com seu ponto de vista, apesar de ter comentários bem mais radicais sobre esse método de avaliação. A coordenadora do curso vir e falar que o vencedor é escolhido pela nota e pela frequência é querer tirar uma com a minha cara. Eu e algumas poucas pessoas que conheço sabem com segurança que puxar saco de professor é a melhor saída pra conseguir uma boa nota no Balcap (não desmerecendo quem ganhou, lógico, cada um tem seu mérito). Mas o problema do Balcap é que os professores (que se dizem muito esclarecidos - e isso não estou julgando todos) não querem que os alunos sejam jornalistas questionadores e sim capachos deles, que se tornarão perfeitos idiotas. Abraço.
A sempre direta Khadidja Campos.
Assino embaixo de tudo o que escreveu. Talvez o melhor ensino do Balcap seja mostrar o resultado da medida certa do tapinha nas costas.
Tenho uma opinião completamente adversa da tua sobre o Balcap.
Os projetos nos incitam à buscar a teoria e aplicá-la na prática, não apenas ouvir, tomar notas e reproduzí-las numa prova 'tradicional'. Além de tornar o curso muito mais dinâmico, possibilita a potencialização e descoberta de talentos dentro do trabalho proposto, como na produção do segundo ano (uma revista): no meu grupo desenterramos uma fotógrafa, uma editora, uma chargista e crônista e uma editora gráfica das boas!
Talvez simular o mercado não seja o jeito mais delicado de se aprender, mas jornalismo e publicidade não são os ramos mais pacíficos do mundo, então acredito estarmos no caminho certo.
Quando a integração...É independente do projeto. Tivemos o ensino fundamental e o médio para aprendermos a nos socializar.
Em primeiro, mesmo sem conhecê-la, obrigada pela visita e pelo comentário Juliana.
Como vc já pode notar, também tenho ideias completamente adversas da tua sobre o Balcap. E isto não é coisa de momento, é minha opinião desde o primeiro ano, que se acentuou no decorrer do curso.
Mas o essencial, o que impulsiona o jornalismo são as discussões, que somente são ocasionadas através de divergências e opiniões.
Que esses contrapontos sirvam para o melhor do jornalismo (e que assim como vc citou, continue a desenterrar novos talentos e oportunidades).
Até a próxima!
é lógico que a Cimeno tem opinião diferente. Ela trabalha na UMC hahahaha
Ah é, não sabia desse "DETALHE".
Mas nesse caso então, dou total razão a ela. Temos q defender o pão nosso de cada dia haha.
E vc, podia se identificar hein. Ninguém passa por aqui mesmo.
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