sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mergulho

Eu gosto de estar em paz. Mas confesso que a raiva, por muitas vezes, muito me satisfaz. Quando o sangue começa a ferver, as idéias entram em ebulição. Um turbilhão de sentimento é reativado e os mais verdadeiros são esquecidos. Conhecer o contrário de mim, me olhar pelo avesso.

Sentir a raiva, o nó de garganta e o desfecho logo em seguida. Conviver com o olho surpreso das pessoas, que tem um medo absurdo do vermelho.

Gritar um grito tão silencioso, tão intenso que todos os sentidos possam entendem.

Mas o meu maior prazer não é os outros, nem as cumplicidades, nem a solidão compartilhada. É o meu momento “umbiguismo”. O meu total encontro com todos os meus “eus”.

E sem mais idéias. Estou num mergulho bem longe daqui.
Mas ainda mantenho o snorkel.

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