Ah, o amor...Cada vez mais raro de ver. Este parece ser um privilégio de poucas relações, enquanto deveria ser ELE a base para qualquer boa relação. Mas os alicerces têm sido criados de forma tão diferente, outras facetas o substituíram.
Mas nesse momento quero falar sim do amor de casal, aquele talvez mais distante do mundo, do meu mundo.
Olho casais a minha volta e me entristece. A forma como se comunicam, e neste caso não falo apenas de palavras, é tão mecânica, como se de repente, nós humanos, tivéssemos nos tornados robóticos, industrializado. Os carinhos, os apelidos, os olhares, o abraço, o chamego...tudo parece sempre igual.
Nota-se empolgação, desejo (muito desejo!!!), carência, necessidade e até mesmo oportunidade. Mas não se vê amor. Não há amor. Não se sente o amor.
Talvez eu possa estar errada, afinal o amor não se vê mesmo. Falarei então de cumplicidade, o parceiro do amor (este “ser” sem definição).
Não falo, descrevo. O CASAL DO TREM. Numa dessas idas e vindas diárias a bordo da linha F, a gente vê de tudo. Mas poucas coisas verdadeiramente te tocam. Casais, beijos e até cenas mais “profundas” são freqüentes.
Desta vez não. Foi num lugar nada propício, numa quinta-feira chuvosa, de um final de ano, que eu vi O casal.
Eram dois jovens noivos (notei a aliança na mão direita), num canto do grande vagão. Eles não se olhavam. Hora ou outra se abraçavam. Pelo olhar dele, alguma coisa o afligia. Ela o beijava; nas costas. Ele apertava sua mão como quem se agarra a um único apoio. Mais um abraço. Aquele abraço forte, que protege como uma fortaleza. Ele se ajeita no colo dela. Ela o acolhe, com uma delicadeza e compreensão só existente numa relação de cúmplices. O trem pára. Aí eles se olham. Não dizem nada. Um beijo. Um selinho. O beijo mais intenso que eu já presenciei na vida. Cada um vai para um lado da estação. Eles estão juntos.
E eu, atenta, como uma espectadora que não deseja perder um segundo do filme. Eles nem notam.
É mesmo como um filme. Eles lá e eu cá. Em mundos completamente diferentes.
domingo, 14 de dezembro de 2008
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Um comentário:
E será que nesse casal existia amor?
Eu nao sei.. mas acredito que o amor foi transformado.. Hoje as pessoas tem pressa.. nao tem paciência para esperar o amor chegar.
Eu conheci alguem hoje.. beijei, transei, gostei, casei, desgostei, separei. E assim vai.. várias vezes..
Kd o tempo para o amor chegar?
:S
Muito bom seu blog!
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